A Holanda é conhecida como o país dos moinhos de vento, das tulipas, dos sapatinhos de madeira. Mas quem tem a oportunidade de conhecer a Holanda, descobre que é também o país das bicicletas. Para se ter uma idéia, em Amsterdam o estacionamento de bicicletas da Estação Central comporta 8 mil delas!
Nas ruas, o trânsito está todo adaptado para o tráfego das bicicletas, com ciclovias e até sinaleiras especiais. Pessoas de todas as idades são adeptas desse meio de transporte, tanto homens quanto mulheres. Não se vê muitas crianças andando de bicicleta sozinhas nas ruas, a não ser em parques, mas jovens e até idosos, sim. As mulheres andam de saias e salto alto e alguns homens andam até de terno. Eles têm uma prática incrível, mesmo com sacolas de compras os holandeses conseguem se equilibrar bem no veículo.
Para o pedestre é necessário atenção em dobro. Antes de atravessar a rua, é necessário cuidar dos carros, dos ônibus, trans (ou trens, que são uma espécie de bonde), além das bicicletas. Sim, pois a bicicleta têm preferência ao pedestre. Quando um transeunte vai atravessar a rua e não vê uma bicicleta, o ciclista toca uma espécie de sininho para alertar o pedestre. Chega a ser engraçada a confusão de sons. As sinaleiras tocam um som diferente quando o sinal está aberto, para alertar os cegos. Os trans tocam um som de aviso quando estão prestes a passar, e ainda há o barulho dos sinos das bicicletas. O mesmo acontece com as sinaleiras: para pedestres, para carros, para bicicletas e um sinal de advertência quando vai passar um trem.
Realmente a bicicleta é um meio de locomoção muito vantajoso. Além de ser econômico, se comparado a carros ou motocicletas (uma nova custa entre 200 e 400 euros e uma usada de 50 a 150 euros), não necessita de gastos com combustível, não é poluente, não congestiona a cidade e não acarreta problemas para estacionar.
Ciclovias de Bogotá incentivam uso de bicicletas
Plana e com vários parques, a capital colombiana possui 340 km de ciclovias – ou “ciclorutas”, como são conhecidas na cidade –, que, desde que foram construídas, aumentaram em sete vezes o número de usuários de bicicleta
América do sul, Colombia, Bogotá, para nós brasileiros até ai nada demais se não fosse pelo exemplo no uso das bicicletas para a mobilidade urbana. Bogotá espera que as pessoas se locomovam pedalando. Plana e com dezenas de parques, a capital colombiana possui 340 km de ciclovias. Elas passeiam por museus do centro histórico, feiras de rua da avenida Jimenez, prédios comerciais da Septima...
Desde que as ciclovias começaram a ser construídas, em 1998, o número de deslocamentos feitos de bicicleta cresceu sete vezes.
A capital colombiana iniciou uma política de incentivar a bicicleta como meio de transporte há anos. Hoje, Bogotá conta com vários quilômetros de ciclovias. Aos domingos, é montada uma outra ciclovia, de 24 quilômetros, pelo Centro. A faixa para bicicletas atrai famílias inteiras que vão passear.
O segredo de Bogotá é ter conseguido convencer seus cidadãos de que é preciso ter uma cidade que inclua as pessoas e não os carros. A cidade de 6,5 milhões de habitantes sofreu uma modificação radical durante a gestão Peñalosa, de 1998 a 2001.
O carro perdeu espaço nas ruas de Bogotá. A diferença salta aos olhos quando se comparam fotos do centro da cidade antes e depois da virada do século. Antes, havia engarrafamentos intermináveis calçadas cobertas de carros estacionados. Hoje não se pode dizer que não haja engarrafamentos, mas a população aprendeu a respeitar o espaço do pedestre.
Quando Peñalosa começou sua administração e mostrou, logo no início, sua disposição em tirar espaços dos automóveis, o reflexo na popularidade foi inequívoco: 18% de aceitação e 77% de rejeição. Houve inclusive um movimento pró-impeachment, que não vingou. “O que fez a diferença em Bogotá, é que tivemos um político especial, que não governa de acordo com as pesquisas de opinião, mas de acordo com um plano e uma missão de cidade. Tomava decisões sem se importar com o risco político que estava correndo”.
Decididamente não foi fácil para muitos habitantes receber a notícia de que a prefeitura decidira desistir da construção de um grande viaduto elevado (projeto semelhante ao do Minhocão, em São Paulo) numa via movimentada do centro. Os recursos públicos do “Minhocão” de Bogotá foram investidos, em ciclovias, saneamento básico e recuperação urbana, sobretudo das áreas de pedestres. Não havia ciclovias em Bogotá até 1998. Hoje, são 330 quilômetros, utilizadas por 350 mil pessoas que vão ao trabalho de bicicleta todos os dias. As ciclovias são integradas com terminais de transportes coletivos. Os ciclistas pedalam livremente, zombando dos motoristas parados nos engarrafamentos.
Hoje, 21% dos usuários do possuem um carro, mas o deixam na garagem para ir ao trabalho, porque é mais rápido e econômico ir de bicicleta. O local onde seria projetada uma autopista de oito faixas ganhou, no lugar da estrada, um parque linear de 45 quilômetros, para pedestres e ciclistas, passando por um bairro pobre. Todos começaram a perceber depois as vantagens de se ter uma cidade voltada para a pessoa.
Segue abaixo dois vídeos que mostra a excelente condição da mobilidades e outras vantagens do uso das bicicletas em larga escala por todos. Vale e pena ver.
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